Este blog traz depoimentos sobre a vida do empresário Gregório Marin Preciado. O post de hoje aborda o início da sua vida como profissional e pequeno empreendedor.
A política, como componente marcante do meu destino, fez primeiro com que minha família, pais e irmãs, nos trouxessem ao Brasil e, agora, me obriga a abrir um pouco do meu histórico como pessoa e empresário.
Meu pai, Gregorio Marin Burdio, (nascido em Zaragoza – Espanha no ano de 1.911 e falecido no Brasil em 1.982) foi um idealista. Seus ideais, na vulcanicidade de sua pós-juventude o levaram a entrar e participar do núcleo duro do movimento anarquista espanhol.
Depois na Revolução sangrenta Espanhola, ele se engajou, obviamente, no lado Republicano e lutou na frente de batalhas. Ao perder para Franco, teve que se exilar e refugiou-se na França, onde ficou em campos de concentração por três anos. Quando a Alemanha invadiu a França, meu pai foi libertado e foi aí que provou a honra, lealdade e amor que tinha pela minha mãe. Ele sabia que ao regressar para Espanha poderia ser preso (Franco odiava quem tinha lutado a favor dos republicanos, tanto que muitos espanhóis decidiram ficar na França e abandonaram suas famílias, esposas e filhos com medo de serem perseguidos na Espanha), mas meu pai não titubeou, voltou para Espanha.
A liberdade ainda não o aguardava, chegando foi preso por mais dois meses. Libertado, pode até que em fim iniciar uma vida com sua querida mulher Concepción Preciado Garcia (no Brasil ela teve o nome mudado para Asunción, nascida em Valência – Espanha, hoje com 90 anos) e conhecer finalmente o que a vida tinha lhe presenteado durante a sua ausência da Espanha nessa longa e dura jornada que lutou na guerra e ficou preso: sua filha primogenita, minha irmã, Asunción, que nessa época já tinha quase três anos. Seus ideais lhe deixaram uma seqüela dura no dia a dia: era interrogado pela polícia (Guardia Civil) todos os meses, sendo vigiado atentamente todos os dias.
Me orgulho de minha família. Meu avô Gregorio Marin nao abandonou nem minha avó Concepcion nem minha mae Asuncion. Quantos outros o fizeram. Mas meu avô, Yayo, era um homem de honra, um homem digno de um patriarca de uma família construida a base de amor e dignidade. Essa é a base de minha família e assim somos e seremos, sempre, digam o que digam, sempre será inveja do que somos….. O que temos sao para poucos. Família Marin Preciado amo vocês.